O grande pedagogo Paulo Freire, reconhecido mundialmente por sua filosofia educacional, expressou-se sabiamente ao enfatizar que o mundo só poderia ser compreendido e transformado através da leitura e da escrita.
Um povo sem leitura é alvo fácil ás práticas de rapinagem tão comuns em nosso país. Mas não estou me referindo apenas ao cenário político, apesar de ser esse um dos principais ninhos dessas aves predadoras e um dos primeiros que nos vêm à mente, tendo em vista o cenário atual.
Refiro-me a todo tipo de privações de que são vítimas diariamente um grande número de cidadãos, passando por humilhações e constrangimentos, simplesmente por não terem consciência de seus direitos nem conhecimento suficiente para procurar quem possa representar-lhes.
Discordo do chavão que diz que cada povo tem o governo que merece, isso não justifica a realidade em que vivemos, com uma Nação castigada não por suas escolhas, mas por sua falta de conhecimento no momento de tomar determinadas decisões. Somos responsáveis por nossas escolhas, é bem verdade, mas se escolhemos mal, não é porque fomos mal orientados?
Não, a culpa não é dos professores, nem muito menos dos nossos pais. Temos realmente que aprender a ler, como frisou Paulo Freire, mas ler nas entrelinhas. Leitura essa que deve ser investigativa, avaliando quem somos, de onde viemos e onde queremos e podemos chegar. Conhecer quem nos governa e entender que também somos capazes de governá-los.
Somente com um pensamento crítico, poderemos mudar essa falsa realidade que nos é imposta, de que o analfabetismo no Brasil restringe-se, tão somente, ao fato de um grande número de pessoas não dominar a capacidade de ler e escrever.
“Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” (Paulo Freire)
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